5º Artigo Opinião - Dia Mundial do Gato

Ser FAT de gatinhos recém-nascidos

A não ser que estejam dentro de sacos ou caixas, nunca sabemos se as crias de gatinhos são abandonadas por pessoas sem coração, que não assumem a sua responsabilidade de resguardar as suas gatas quando não têm condições para ficar com mais animais, ou se são crias de gatas de rua que por alguma infelicidade deixaram os seus bebés para trás (bebés doentes, atropelamentos, serem apanhadas por alguém...).

Desta forma, estamos a falar de animais que a maior parte das vezes são abandonados com 1 ou 2 dias de vida. Ainda têm os seus olhos e ouvidos fechados, não sabem comer, andar, ou fazer as suas necessidades sozinhos, não conseguem controlar a sua temperatura corporal, facilmente suscetíveis a doenças ou ataques de outros animais, resumindo são bebés indefesos condenados a uma morte penosa.

São as famílias de acolhimento temporário ( FAT) que são a salvação destes bebés, seja por terem gatas que se encontram a amamentar ou por amamentarem as crias a biberão. Neste último caso não é fácil, é necessário ser-se resistente ao stress e ao cansaço, é preciso ter-se conhecimentos prévios, mas é tão compensador quando ao fim de quase 2 meses vemos todo o trabalho compensado num gatinho independente, saudável, brincalhão, vivo e prontinho para adoção, e tudo porque alguém muito especial se deu ao trabalho de ter 2 meses da sua vida um pouco limitados para salvar vidas!

É sempre bonito ver nas redes sociais as fotos que partilhamos dos gatinhos a beber o leitinho pelo biberão, a dormir quentinhos nas mantinhas, quando começam a abrir os olhinhos ou a aprender a caminhar de forma ainda trapalhona, no entanto não podemos pintar estas imagens como completamente "cor de rosa". Por trás destas imagens tem um voluntário preocupado em alimentar e estimular as necessidades de 3 em 3h (dependendo da idade do bebé), bebé esse que nem sempre sabe mamar num biberão e tem que se ter paciência em ensinar e que normalmente devido à mudança de leite cria constrangimentos intestinais, preocupado em certificar-se que bebe a quantidade de leite adequada, que a botija de água está quentinha, se estiverem doentes, em controlar o seu estado de saúde e em constante contacto com veterinários. Por trás destas imagens está um coração apertadinho quando sabe que tem que ensinar e insistir a comer ração ou paté e os pequenotes miam por leite e que se afeiçoa tanto a eles que quando seguem para adoção um bocadinho do seu coração vai com eles! E esta pessoa normalmente é alguém que trabalha 8h por dia no seu emprego normal!

Como é obvio, não se quer de todo assustar nem desencorajar ninguém a ser FAT de pequenotes assim, no entanto é necessário que quem os abandona tenha consciência, se os seus bebés tiverem a sorte de serem resgatados, do trabalho que põe nas pessoas quando poderiam perfeitamente mantê-los junto às gatas mãe (que por sinal devem ficar aflitas quando se vêm sem as crias ) durante 2 meses e depois tentar-se-ia a sua adoção. Por outro lado, quem abandona crias recém-nascidas que não saberão desenrascar-se no mundo, sabe perfeitamente que as mesmas poderão estar mortas ao fim de 1 ou 2 dias de fome, frio, ataques, e pensar que estas pessoas conseguem dormir descansadas de noite, é assustador.

A altura do cio nas gatas vai começar. Se tem uma gata que corre o risco de engravidar, faça a sua parte, esterilize a sua gata para que não tenha mais bebés. Se tem gatos machos castre-os! Não os deixe andar na rua a engravidar gatas de ninguém. Seja responsável! Não há famílias para tantos animais.

Virá também a altura em que aparecerão gatinhos bebés abandonados, recém-nascidos ou já maiorzinhos, precisamos sempre de famílias de acolhimento temporário até arranjarmos boas famílias para eles. Se vir que tem um tempinho na sua vida para ajudar a salvar vidas entre em contacto connosco para entrar para a nossa rede de famílias disponíveis. Acredite que eles agradecem e irá ficar surpreendido no compensador que tudo é no final! 💙

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