4º Artigo Opinião - Dia Mundial do Gato

GATOS E LIVROS: UMA AFINIDADE COM BIGODE(S)

É antiga a ligação entre gatos e escritores/poetas, amigos de páginas em comum. Serão bastantes os gatos que viram nascer clássicos da Literatura, assim como não são poucos aqueles que, de entre os bichanos, ganharam posteridade.

Tchekov, Byron, Collette, Puskin, Hermann Hesse, Lewis Carroll, W.B. Yeats, Ray Bradbury, Honoré de Balzac, Jean Cocteau, Júlio Cortazar, Rudyard Kipling e Charles Perrault, o criador do Gato de Botas, são apenas alguns dos exemplos desta cumplicidade, tendo confiado aos gatos o tempo e o silêncio que também era deles, enquanto produziam histórias, muitas delas adoptando os felinos como personagens.

O musical Cats, por exemplo, resultou de uma adaptação de poemas de T. S. Eliot sobre o comportamento dos gatos. Ode aos Gatos, de Pablo Neruda, é uma astuta e bela descrição da personalidade destes misteriosos e independentes felinos.

Há mais curiosidades, claro: Victor Hugo escrevia aos seus gatos, e sobre eles, no seu diário pessoal; Edgar Allan Poe aproveitou a aura misteriosa dos gatos para os seus contos e Jorge Luiz Borges, o autor das Pampas, deixou-se fotografar com a sua gata branca, que apresentava a particularidade de gostar de dormir de barriga para cima. A propósito do universo próprio de Poe, próximo do terror, também Stephen King ou H.G.Wells utilizaram a imagem dos gatos para as suas tramas.

Os autores norte-americanos Mark Twain e Ernest Hemingway adoravam de tal maneira gatos que viveram, sempre, na companhia de muitos. Hemingway foi mais longe, a ponto de ter deixado, em testamento, o dinheiro dos direitos de autor das suas obras aos seus gatos (pedindo para que fossem bem tratados).

Os gatos são um bálsamo contra a solidão. E escrever é, ou pode ser, como se sabe, um mester solitário.

Paulo César Gonçalves,
Dramaturgo

0 comments:

Enviar um comentário